domingo, outubro 30, 2005

Frutos da Missão em Lichinga! (Cartas que nos ajudam a continuar)

Frutos da Missão em Lichinga!

Chamo-lhe assim… fruto da minha Missão em Lichinga!

Estava eu aqui… de blog em blog… a carregar em blogs de outros blogs… quando cliquei no Clube do Pano!

Fiquei com um sorriso gigante por ter descoberto alguém em Portugal que adora capulanas como eu!

Em Lichinga descobri esta paixão… as Capulanas!
A ternura, o afecto, o amor… que une as mães e os filhos com uma capulana… a cumplicidade… a afectividade que se cria… os miminhos que se trocam… a vivência do dia a dia… o cheiro… o tacto… o contacto… a cooperação… a alimentação… a chucha… a relação…

Foi esta ligação… esta forte e intensa ligação… que me apaixonou…

Como Educadora de Infância… muitas vezes insisto com os pais na importância do contacto físico, na importância da afectividade, da demonstração de carinho…do exagero de horas que os filhos passam em Creches e Jardins de Infância, com babysitters e amas… enfim… em Lichinga… é diferente… mães a tempo inteiro!

Mães que trabalham…
Mães que cultivam a terra…
Mães que cozinham…
Mães que lavam a roupa…
Mães que carregam madeira à cabeça…
Mães que carregam o filho na capulana… Sempre!
Mães… MÃES…

É desta ligação… deste laço… desta cultura… desta forma de ser… desta forma de estar na vida… que quero fazer parte…

Hoje sei que com a capulana… serei uma mãe diferente… certamente, mais próxima do meu filho! (ainda me faltam uns aninhos…)

E aqui, em Portugal… encontrei a Zélia!
A fundadora do Clube do Pano!

Hoje tenho um pano dela e ela uma capulana de Lichinga!

A vida é feita de coisas assim… que nos tornam felizes… que nos fazem crescer com os Outros… feita de trocas… feita de pessoas!

Sofia Valente

Nota do clube: Entre o Clube e a Sofia houve uma pequena troca de "panos/capulanas" que foram o começo de uma amizade que esperamos dar mais frutos... para que os panos cheguem a mais bebés:)

sábado, outubro 29, 2005

Formação em Loures


Estão abertas as inscrições para formação do pano a realizar no próximo dia 3 de Dezembro, pelas 14:30 na seguinte morada:

Rua de Santa Teresinha nº 12 - Lagariça – Loures


A formação inclui:


* explicação sobre o pano em si – textura e cores, tecelagem,
* como surgiu,
* os benefícios do seu uso,
* falar na minha própria experiência (tenho um filho com 8 meses),
* distribuição de fotocópias
* Demonstração dos vários nós
* Se concordarem, tirar foto de grupo das mães presentes
* Conversa com Sofia Valente, que conviveu de perto com os benefícios do uso do pano em Moçambique



Custo 10€ por bebé


Inscrições prévias Zélia 918253141 ou Sofia 917308718



Certos de que os panos fazem bebés felizes,



Clube do Pano
Foto tirada em: Missão de Voluntariado em Lichinga - Moçambique, Agosto de 2005 - Sofia Valente

Clube do Pano - Fundadores



E aqui está a Mamã e o Papá Canguru Zelia e César... e o Rafa, verdadeiro causador do movimento "Clube do Pano"!!!

Fotos de Pais Canguru



Pai: Francisco
Mãe: Catarina
Filha: Ana Rita (2,5 meses)


"fotos gentilmente cedidas por Francisco Sancho"

terça-feira, outubro 25, 2005

De pequenina...


"Tinha cerca de cinco anos quando esta foto foi tirada. Passava as
tardes a
pedir à minha Avó Teresa para me colocar o pano para eu dar colinho ao
meu
"filhote" e ter as mãos livres para continuar a fazer travessuras.
A minha Avó era originária de Taiwan e foi neste mesmo lenço que
carregou, um a um, os seus sete filhos. Os últimos cinco filhos já
nasceram em Portugal e o facto de os carregar no pano foi
uma autêntica revolução para a época (décadas de 40/50).

Sou Mãe do Vasco, com dois anos e em breve o serei também do André. Se
com o
Vasco aprendi, por instinto, a importância do colo e do contacto
físico,
pele com pele, com o André vou concerteza enriquecer esta experiência
com todos
os benefícios de o embalar no pano."

Bárbara Yu, 30 anos, Matosinhos.

quarta-feira, outubro 19, 2005

2ª Reunião NINO


Querida Mamã Canguru…


Vai realizar-se a segunda reunião NINO, desta feita no café Populus, sito no Parque das Caldas da Rainha, dia 1 de Novembro pelas 11 horas.

Estas reuniões, para quem não conhece, são reuniões da Organização Nine In Nine Out (Nove dentro, Nove fora), que se dedica a dar apoio voluntário a mães que aderiram ao uso deste tipo de colinho especial. Não é uma aula, é só um pequeno convívio, onde se poderão trocar experiências, conversar, esclarecer dúvidas…

Quem quiser levar uma amiga interessada, poderá fazê-lo, e desta vez, por ser no parque, toca a levar os maridos ou companheiros!

Se puderem confirmar para o 918253141, ou para o clubedopano@yhoo.com seria bom, apesar de ser uma reunião informal, só para ter ideia de quem vai aparecer!

segunda-feira, outubro 17, 2005

O modo de vida Rebozo - por Barbara Wishingrad

O modo de vida REBOZO
por Barbara Wishingrad


Em 1983, vendi quase todos os meus bens e entrei no autocarro a caminho do México e de uma nova vida – sentei-me ao lado dum velho amigo e novo amor, o homem que eu escolhi para ser pai dos meus filhos, e carregámos connosco os sonhos de esperança e determinação de fazer o bem, que leva muitos de nós a ser pais - verdadeiro acto de fé no futuro da humanidade.
A noção vaga de que queríamos poupar-nos e ás nossas crianças das neuroses da civilização e um desejo de observar e participar numa cultura onde os braços da mãe são o lugar certo para uma criança eram razões suficientes para fazermos esta mudança.
Quando o meu primeiro filho, Van, nasceu, em Maio de 1985, já tinha praticado com uma série de rebozos tradicionais (Xailes mexicanos usados por mães e meninas de todas as idades, para aquecimento ou protecção do sol forte, durante cerimonias ou para carregar qualquer coisa que seja necessário, mercadorias, bebés pequenos ou crianças), e depressa encontrei uma maneira de segurar o meu filho perto de mim enquanto tinha as mãos livres… Sendo ricos em espírito, parcos em bens materiais, e ciganos por escolha e negócio (comprando e vendendo pedras e têxteis, e a nossa própria joalharia), entramos em contacto diário com os indígenas do México. Assim, descobrimos em primeira mão as suas crenças e práticas sobre bebés e vida familiar.
Fiquei deliciada por descobrir que valorizavam os tradicionais “quarenta dias” de repouso pós parto como o tempo para as mães e bebés ficarem em casa, muitas vezes na cama, com muito tempo para “se apaixonarem” para se conhecerem, as necessidades e os ritmos, e para recuperar do esforço físico de dar à luz. Quando levei o Van para se registar, dezasseis dias após o seu nascimento, os vizinhos avisaram-nos para não deixar terceiros olharem para o seu rosto, para que não fosse afectado pelo olhar do mal.
Enquanto ele crescia, e quando viajávamos em camionetas através do país, fui atingida pelo amor e pela aceitação que tem por bebés. Em cada lugar mulheres, raparigas e até homens pediam para pegar e brincar com o bebé, e cumprimentavam-no directamente (e a mim) quando nos cruzávamos. O bebé não era um aborrecimento ou uma peste cujo lugar era num quarto silencioso, longe da sociedade. De facto, crianças de todas as idades acompanham os pais nos seus negócios, recados e no seu trabalho, por vezes – pela necessidade, talvez, mas também por amor. A aceitação é genuína e inocente, assim evitando o receio dos estranhos e dos raptos tão focados nos Estados Unidos, e permitindo a norma, por exemplo, de crianças de todas as idades esperando em filas com os pais, onde são distraídos por adultos caso mostrem sinais de impaciência ao invés de serem olhados fixamente e assim incitados a ser ainda mais inquietos.
O material de bebé, basicamente considerado necessidade no nosso vizinho do norte, é somente usado pelos que anseiam ser americanizados. Tradicionalmente, os bebés dormem na mesma cama que a mãe (ou ambos os pais, podem dormir numa rede que o meus pequenos adoram) e são segurados nos braços da mãe ou rebozo, ou por outro familiar querido, e não distanciados num assento de plástico, balouço ou deixados deitados num berço.
Os assentos para automóvel não são necessários, e os bebés podem ser levados nos braços dos pais, mesmo em carros privados. Quando em longas viagens com o meu segundo filho, Gaby, por vezes levava-o ao colo, amamentando “a pedido”, o que considero uma opção segura e amorosa. Os mais pequenos podem também dormir deitados no fundo do carro, num lugar seguro, sem estarem empoleirados ou caírem das suas faixas. Desta forma, estão protegidos na sua posição horizontal e no seu estado de relaxamento e bem-estar físico.
Apesar de no geral, haver menos carros, especialmente no meio da população indígena. Caminhar é o meio mais comum de transporte, e as pessoas não tem receio de carregar fardos pesados, tendo passado a vida toda a levantar coisas e a fazer trabalho físico pesado, no povo comum do México não se assume que se vão magoar por estar constantemente a carregar algo e até ficam mais fortes por isso. Também, a necessidade de carregar fardos pesados, para além das carregadas em burros e outros animais de carga, facilitam uma espécie de cooperação especial, especialmente entre membros duma mesma família. Uma coisa comum aqui perto dos mercados abertos é ver um par de adultos ou adolescentes, de ambos os sexos, cada um segurando com uma mão um saco de plástico entre os dois, carregadíssimo, andando lado a lado em perfeita harmonia, para qualquer lado que chamem casa.
Outra visão que ainda consegue maravilhar-me é ver rapazes adolescentes a andar de braço dado com as suas avós pela rua afora. Embora apreciem a companhia dos seus amigos, não se envergonham das suas relações familiares nesta idade, e as crianças normalmente vivem com os pais até estarem casados, e muitas vezes a seguir também. Afecto físico entre os membros duma família e amigos é normal, para qualquer idade ou sexo, e dois rapazes, ou uma rapariga adolescente com a sua mãe podem caminhar de mãos dadas como nós só fazemos com namorados ou crianças pequenas na nossa cultura. Raparigas em idade escolar e até homens feitos caminham abraçando-se mutuamente. Sou feliz por ver os meus filhos, agora sete e nove, poderem espontaneamente mostrar as suas emoções aqueles de quem gostam, mesmo se do mesmo sexo.
Nesta sociedade, cumprimentos apropriados e cortesia são muito importantes, e as crianças são ensinadas desde cedo a tomarem conhecimento de cada pessoa que contactam, não tendo em conta a idade. Desta forma, aprendem como são valiosos membros contributivos da sociedade, e não apêndices dos pais, ou invisíveis, como parece que são em muitos contextos sociais nos E.U. Quando um mexicano chega ao consultório de um médico, na sala de espera, advogado ou qualquer outra profissão, dá um cumprimento geral a todos os que estão já presentes antes de encontrar um lugar para se sentar. Quando são feitas apresentações, crianças e bebés são incluídos e as mãos são apertadas.
Acredito que é a importância que tem a família e a parte espiritual das vidas dos Mexicanos que faz do México um lugar seguro para se viver e criar crianças. Os meus filhos saltam para cima das suas bicicletas e atravessam a cidade, brincam sem vigilância nos parques, correm à loja da esquina mesmo meia hora depois de ter escurecido. É um alívio, e tão menos complicado e restritivo, saber que eles estarão seguros para explorar e gozar as suas perseguições de criança numa comunidade e nação onde são queridos e protegidos.
Para mim é importante saber que posso honrar e aprender com a cultura antigas, e continuar a honrar a minha pessoa e as minhas raízes. Isto significa em parte não romantizar os indígenas – todas as imagens que tenho partilhado são de facto preciosas e inspiradoras para mim. Tenho escolhido não enfatizar a falta de saneamento, a ignorância, pobreza e fome que são muitas vezes parte do cenário de grupos indígenas que ainda lutam para assimilar atitudes e materiais do séc. XX (plásticos, refrigerantes, etc). Não que não veja estas coisas, mas não são estas coisas que recebo como presentes destas pessoas.
Nota do Editor: Barbara Wishingrad, continua a viver e a criar os seus filhos no México após 12 anos. O Xaile tradicionalmente tecido (rebozo) e as várias maneiras de ser usado para carregar um bebé fascinaram e fizeram-na usar os seus próprios filhos assim e desenvolver o Projecto Educacional e Cultural o modo Rebozo, uma organização internacional dedicada a promover a Educação “em Braços”. Através de uma exposição fotográfica, um vídeo disponível em inglês e espanhol, brochuras sobre Rebozo como usar, historia, e assuntos relacionados, o modo Rebozo tenciona educar e informar os de culturas modernas que estão abertos a receber directrizes das culturas mais antigas, e usá-las no contexto da vida modernizada.

Tradução autorizada pela autora.
Zélia Évora – www.clubedopano.org

Foto da Mamã Canguru Silvia e bebé Canguru Carolina

quinta-feira, outubro 13, 2005

Uma Capulana de Moçambique


De vez em quando aparecem, nem sei como, pessoas que nos enriquecem… Esta semana “ganhei” uma capulana, originaria de Lichinga – Moçambique. Agora falta-me aprender a usá-la!
Brevemente teremos o prazer de ler sobre as mulheres Moçambicanas e da ligação que tem com os seus filhos. Como aprendem desde cedo a “dar colo”. Aqui está uma foto para abrir o apetite… gentilmente cedida pela Sofia, que viveu lado a lado com esta experiência.
Sofia, mais uma vez, Obrigada!
Zélia Évora

Foto tirada em: Missão de Voluntariado em Lichinga - Moçambique, Agosto de 2005 - Sofia Valente

Formação em Faro

Estão abertas as inscrições para a formação em Faro, a realizar no próximo dia 05 de Novembro pelas 14:30, na CRESCER – Centro de Educação e preparação para o nascimento, Horta do Ferragial, Lote 9, r/c Fte, Faro. Para fazer a inscrição é favor contactar a Crescer na morada referida ou através do telefone 91 9485391 (Sílvia Conde); O custo da formação será de 15€.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Objectivos e Beneficios da Educação Intuitiva "em Braços"

Objectivos e Benefícios
De Educação Intuitiva “em Braços”

1. Uma relação diária e contínua com um dos educadores (normalmente a mãe) resulta no cuidado mais inteligente duma criança pequena. Os outros membros da família também devem providenciar uma presença constante e segura.
2. Um bebé “em Braços”, ou usado num xaile ou porta-bebés, move-se em unidade com o pai/mãe. As mãos do adulto estão livres para cuidar de outra crianças e executar outras tarefas. O bebé pode calmamente indicar quando deseja ser posto no chão ao invés de chorar quando quer ir ao colo.
3. Amamentar a pedido, resulta em auto controle e maior liberdade da criança sobre a sua alimentação e desejos.
4. Um bebé que chora e é atendido prontamente, aprende a confiar. Quando crianças estão habituadas a ser confortadas por pessoas e não coisas, as relações familiares tendem a manter-se simples. As casas tornam-se mais seguras, e mais fáceis de gerir se não estiverem atafulhadas com “coisas”
5. Crianças integradas na vida diária duma família e comunidade têm uma grande vantagem educacional. Bebés “em braços” estão mais tempo no estado consciente quieto de alerta, observando o que se passa ao seu redor dum ponto seguro. Crianças mais velhas aprendem lições que são relevantes e essenciais ao seu bem-estar.
6. Tanto os pais como as crianças têm as suas necessidades nutridas por uma comunicação sem pressas baseadas em interacções humanas. O respeito mostrado a crianças pequenas pelos pais reflectir-se-á nelas nos anos futuros
7. Arranjos flexíveis para os períodos de sono podem reduzir um sentimento de solidão e isolamento e providenciar segurança, dia e noite. Em culturas mais tradicionais, os membros duma família dormem no mesmo quarto ou cama. Quando todos os membros mesmo os bebés tem as suas necessidades básicas satisfeitas, um lugar apropriado pode ser encontrado para cada pessoa.
“Goals & Benefits of In-Arms Parenting” – The rebozo way - tradução do Clube do Pano, autorizada.

sexta-feira, outubro 07, 2005

NINO - Nine In, Nine Out - 1ª reunião


A reunião NINO foi, julgo, um sucesso… Éramos só cinco, mas, conseguimos fazer uma reunião informal e descontraída, e, uma das mães que não conseguia usar o pano saiu com o seu Miguel adormecido e aninhado no pano e junto ao peito, por isso, missão cumprida!

Para o próximo mês de Novembro, haverá outra em local e data a combinar… Preciso urgentemente dum espaço para fazê-la, maior do que a minha casa!

Quero aqui agradecer as Mães e aos Pais que compareceram e á Christine, pela sua ajuda e amizade! Sem vocês nada disto seria possível!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Panos - Cores dos Guatemala

Formação em Santiago do Cacém


Mais mamãs e papás (melhor, um papá) e não só, que compareceram á formação... Desta vez em Santiago do Cacém, dia 1 de Outubro.
Quero agradecer desde já a participação activa de todos... E também aos bebés (mesmo os bebés que adormeceram no pano)... Sei que eles vão agradecer ao Pai e á Mãe, nos passeios pelo parque e não só!